Desculpe em
informar, mas é verdade o que acabou de ler. Chega dessa conversa corriqueira
de que todos queremos ouvir “as verdades” que elas doem, mas fazem bem, que são
melhores que viver na mentira. Não… A verdade dói, é verdade, mas não significa
que todos queiramos enfrentá-la, nem todos temos coragem para isso.
Mentimos para nós mesmos,
maioritariamente e principalmente, quando respondemos “Vou bem.” à pergunta
educada daquele professor que encontramos num corredor e acabamos por a
entranhar e degustá-la. Vivemos essa mentira e quando a queremos desfazer,
pensamos “O quê? Não! Então, eu disse que me sentia bem há três horas.”
Mentimos para satisfação dos outros.
Mentimos porque não os queremos desiludir, magoar ou chatear com isso, e,
geralmente, mentimos sobre coisas pequenas, já repararam? “Fica-me bem este
vestido?” e acenamos um sim com a cabeça acompanhado do sorriso mais falso e
feio que temos na gaveta. Porque temos a decência de mentir nessas coisas? Será
porque sabemos que se trata de gostos, de coisas que os outros não descobrirão
tão facilmente? Mas se for de coisas importantes ou com grande gravidade,
obrigamo-nos a dizer a verdade, seja de que maneira.
Mentimos porque vivemos presos numa vida que
detestamos, porque gostaríamos de escrever a nossa história usando-nos como
personagens.
Mentimos porque nos agrada essa mentira e
adaptamo-la ou adaptamo-nos a ela, de modo a parecer o mais correta possível.
No fim de
tudo, podemos concluir que talvez seja a mentira a maneira mais rápida para
fugirmos à nossa própria realidade, acabando por nos impor dispostos a novos
problemas.
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